quarta-feira, 2 de março de 2016

tendinite patelar em paciente sarcopenico
 A sarcopenia está associada ao declínio progressivo da massa e consequentemente da função muscular (força, potência e resistência). Esse déficit pode ser relacionado a uma contração muscular inadequada, seja em função de alterações nas proteínas actina e miosina ou por um estresse oxidativo nas células. O início e progressão dessa perda muscular está relacionada a perda de miócitos via apoptose, essa perda é mais pronunciada nas fibras do tipo II . Em geral, indivíduos saudáveis começam a ter diminuição da massa muscular a partir dos 45 anos, sendo essa queda posterior ao pico de desempenho muscular nos primeiros anos da vida adulta . Contudo ocorre alterações do padrão de movimento acarretando sobrecarga em tecidos moles ( tendões, bursas, ligamentos), conforme termograma ao lado.

Uma importante questão é se este fenômeno pode ser influenciado, e se possível, como influenciá-lo? Vários pesquisadores através dos anos têm estabelecido possibilidades que podem amenizar o declínio da massa muscular e suas ações correlatas.Uma intervenção que parece ser a mais promissora é o treinamento de força. O treinamento de força pode alterar significativamente o declínio da massa muscular e conseqüentemente pode ter importante implicação na saúde pública. Treinamento de força de alta intensidade resulta em ganhos significativos na força e no estado funcional do indivíduo. Conseqüentemente, ocorre ma melhora significativa nas atividades de vida diárias, e na independência funcional de pessoas mais velhas, além de já ter sido demonstrado múltiplos efeitos positivos em fatores de risco para doenças crônicas.
Com o envelhecimento, aparentemente, existe uma perda preferencial pelas fibras tipo II (contração rápida) isso está relacionado com a redução na força muscular, uma vez que estas fibras são consideradas grandes responsáveis pelo trabalho de força. A perda das fibras musculares do tipo II significa uma diminuição das proteínas de cadeias pesadas de miosina, que se transformam para o tipo mais lento, o que poderia afetar a velocidade do ciclo das pontes transversas de actina e miosina durante as ações musculares, além de uma concomitante diminuição de atividade da miosina ATPase. Neste caso, o treinamento de força seria muito interessante, pois propicia um aumento do tamanho do músculo em decorrência do resultado do aumento nas proteínas contráteis.
O treinamento de força, mais do que qualquer outro, estaria diminuindo os efeitos negativos do envelhecimento sobre os aspectos neuromusculares, proporcionando mais saúde e independência aos mais velhos (8,10).A quantidade de massa muscular perdida com o envelhecimento também depende da atividade física, e a taxa de perda é menor naquelas pessoas que mantém um regime regular de atividade física. Assim a atividade física e em especial o treinamento com pesos, pode minimizar ou mesmo reverter à síndrome da fragilidade física que prevalece entre indivíduos mais velhos.



domingo, 28 de fevereiro de 2016

Flexão de quadril




Entendendo e Treinando a Flexão do Quadril
Mike Boyle

Uma postagem recente em meu website me fez perceber que uma resposta curta a uma questão complicada não funciona. Alguns de meus leitores parecem pensar que todo o barulho recente a respeito de um músculo psoas fraco ou com falta de ativação pode ser apenas modinha. Eu discordo veementemente.

Penso que o meu conhecimento aumentado a respeito da biomecânica da flexão do quadril é uma das coisas mais valiosas que aprendi nos últimos 5 anos. O problema do entendimento da flexão do quadril em geral e da ação do músculo psoas em particular, é o uso genérico do termo "flexores do quadril" aplicado a 5 músculos diferentes, 4 dos quais tem braços de alavanca marcadamente diferentes do músculo psoas. Preciso admitir que, como a maioria dentro da nossa profissão, não fazia distinção entre o grupo dos flexores do quadril. Todos estes músculos pareciam trabalhar juntos para fletir o quadril, e para mim, naquele tempo, era o que importava. No entanto após a leitura do trabalho da fisioterapeuta Shirley Sahrmann, mudei minha idéia com relação ao tema, assim como mudei de ideia em relação a vários outros músculos por causa de seu trabalho.

A visão que Sahrmann compartilha em seu livro "Diagnosis and Treatment of Movement Impairment Syndromes" (N.T: existe uma versão traduzida deste livro: "Tratamento e Diagnóstico das Síndromes de Disfunção Motora"), explica muitas das lesões enigmáticas ocorridas no campo da preparação física, especialmente as lesões musculares do quadríceps. A chave para entender o movimento de flexão do quadril, vem de analisar as alavancas anatômicas dos músculos envolvidos. Existem 5 músculos que são capazes de assistir na flexão do quadril:

Tensor da Fáscia Lata


Reto Femoral 
(distinguindo que é um membro do grupo do quadríceps e um flexor do quadril)


Ilíaco


Sartório


Psoas Maior e Psoas Menor 
(N.T: psoas maior e menor, creio que a cada vez que o autor mencione psoas, se refira aos 2: psoas maior e psoas menor)




3 desses músculos possuem algo em comum, 2 são muito diferentes.

Isso soa um tanto clichê, mas o segredo está nas diferenças, não nas similaridades. O tensor da fáscia lata, reto femoral e sartório tem inserção na crista ilíaca.
Tensor da fáscia lata, reto femoral e sartório e suas inserções na crista ilíaca
(N.T: no texto Coach Boyle cita as inserções dos 3 músculos acima na crista ilíaca, como visto na foto o reto femoral não se insere exatamente na crista iliaca e sim na espinha ilíaca ântero-inferior. O sartório tem a fixação proximal na espinha ilíaca ântero-superior, na vizinhança do tensor da fáscia lata. Neumann,D.A. 2005).

Isto significa que todos estes músculos são capazes de realizar a flexão até o nível do quadril. Isso é simplesmente uma questão de princípios mecânicos das alavancas (N.T: Referindo-se portanto ao fato de, por terem os pontos de fixação mencionados, estes músculos são capazes de realizar a flexão do quadril até os 90º). O psoas e o ilíaco são diferentes.


O psoas tem sua origem na coluna lombar inteira e o ilíaco na fossa ilíaca, a parte interna do osso ilíaco. Isto cria duas diferenças:

1 - O psoas age diretamente na coluna. Possivelmente como estabilizador para o ilíaco e possivelmente como flexor do quadril.

2 - O psoas e o ilíaco são os únicos flexores do quadril capazes de trazê-lo acima de 90º.

No caso destes 2 músculos serem fracos ou terem problemas de ativação, o fêmur até pode mover-se acima do nível do quadril (N.T: 90º), mas não pela ação do psoas e do ilíaco, ao invés disso, o movimento ocorre pelo impulso gerado pelos outros 3 músculos (N.T: tensor da fáscia lata, reto femoral e sartório).
Com posse deste conhecimento, acredito que o que sabemos de dores nas costas, estiramentos nos flexores do quadril e estiramento do reto femoral é expandido drasticamente.
Antes de discutirmos lesões específicas, primeiro analisemos como avaliar a função dos músculos psoas e ilíaco. O teste que Shirley Sahrmann usa é bem simples:

Em uma posição unipodal, agarre um dos joelhos, puxe-o até o peito e então solte a perna:
- Incapacidade de manter o joelho acima de 90º por 10 a 15 segundos indica um psoas ou um ilíaco fracos (N.T: ou com algum tipo de problema de ativação)
(N.T: Notar que assim que ela libera a perna, o fêmur já começa a descer e com o passar dos segundos ele desce ainda mais, revelando uma falta de ativação e/ou fraqueza do psoas e/ou do ilíaco).

 Outros sinais de fraqueza ou falta de ativação:
- Cãibras no tensor da fáscia lata.
- Uma inclinação posterior, como uma tentativa de compensação.
- Grande inclinação pélvica para direita ou esquerda.
- Queda da perna, parando por volta de 90º (N.T: como visto no vídeo).

Todos estes, sinais indicam que o atleta ou cliente está tentando compensar a fraqueza ou sub-atividade de alguns músculos (N.T: no nosso caso, o ilíaco e o psoas). A cãibra no tensor da fáscia lata é um caso clássico de dominância do sinergista. Um músculo geralmente tem cãibras quando tenta encurtar a partir de uma posição desvantajosa. Com o quadril acima de 90º, o tensor já está encurtado e é incapaz de produzir a força necessária para sustentar uma posição a partir de uma alavanca desfavorável. A tentativa resulta nas cãibras, assim como ocorre com os isquiotibiais no exercício de ponte quando os glúteos tem problemas de ativação (N.T: Se os glúteos tem problemas de ativação, os isquiotibiais assumem a tarefa de extensão do quadril a partir de uma alavanca desfavorável a eles. Algo muito comum de se ver em iniciantes). 
Os mesmos efeitos são vistos frequentemente quando se tenta fazer um hanging knee up, (N.T: Optei por deixar o nome original em inglês, hang knee up, creio que seja aquele exercício de elevação dos joelhos enquanto se está pendurado em uma barra), (que é um exercício que nunca usamos por sinal, já que ensina os clientes/atletas a compensarem), só que agora a cãibra ou estiramento ocorre no reto femoral
Ponte bilateral


Hang knee up

Se o avaliador estiver preocupado com o fato de o avaliado ser habilidoso em compensar, desenvolvemos um teste melhor, que inclusive tem se tornado nosso exercício favorito. O teste foi desenvolvido pela treinadora Karen Wood:

- Peça ao cliente ou atleta para ficar de pé com um pé sobre uma caixa que ponha o joelho mais alto do que o quadril (uma caixa de 60 cm funciona bem para a maioria). Com as mãos acima ou atrás da cabeça, tente levantar o pé da caixa e sustentar por 5 segundos. Incapacidade de levantar ou sustentar, é indicativo de fraqueza do psoas e/ou ilíaco. Pode-se adicionar resistência e usar o teste como um exercício, borrachas podem ser usadas para aumentar a dificuldade.

É importante notar que qualquer teste que tenha como objetivo avaliar o psoas, é invalido se a posição do quadril for menor que 90º de angulação, isto porque os outros flexores do quadril estarão com uma posição favorável de alavanca e isso influenciará no teste.

Entendendo a contribuição funcional única do psoas e do ilíaco, ilustra como um músculo fraco ou sub-ativo pode ser um fator nas dores nas costas ou estiramentos no quadríceps. Com relação a dor nas costas, incapacidade de flexionar o quadril acima de 90º irá frequentemente fazer com que haja a flexão da coluna lombar, dando a ilusão de flexão de quadril. Observe como muitos de seus clientes/atletas irão imediatamente flexionar a coluna lombar quando forem instruídos a trazerem o joelho em direção ao peito (N.T: referindo-se ao teste, que foi mostrado no primeiro vídeo). Não há uma distinção clara entre trazer o joelho até o peito e trazer o peito até o joelho. A tentativa de trazer o joelho até o peito, acima do nível do quadril, força o indivíduo a usar ou tentar usar o psoas e o ilíaco. Se eles forem incapazes de fazer isto, uma ou todas estas 3 coisas acontecem:

1 - O atleta/cliente irá flexionar a lombar e levar o peito até o joelho. A primeira vista isto pode parecer ser a mesma coisa (N.T: do que levar o joelho até o peito), mas sob a perspectiva de dores nas costas, não poderia ser mais diferente. Flexão da coluna lombar estará levando a degeneração discal. Aqueles indivíduos que substituem o movimento do quadril pelo movimento da coluna lombar, terão dores nas costas.

2 - O atleta/cliente usará o tensor da fáscia lata para fletir o quadril. Neste caso este indivíduo irá se queixar de estiramentos de baixo nível na região do tensor da fáscia lata. Este é o resultado da sobrecarga de uso de um sinergista, e irá alimentar uma dominância sinergística do tensor da fáscia lata, levando a ainda mais disfunção no psoas e no ilíaco. Isto é algo já clássico em nossos atletas de hóquei no gelo, que utilizam muito uma postura em flexão.

3 - O atleta/cliente usará o reto femoral para criar a flexão do quadril. Este é o misterioso estiramento no quadríceps visto em velocistas e atletas de futebol americano durante o teste de 40 yard dash (N.T: deixei o nome em inglês mesmo, por não saber a melhor tradução. É um teste de corrida de 40 jardas, aproximadamente 36,57 metros, que mede velocidade e principalmente aceleração já que a distância é curta). Neste caso, a etiologia é a mesma do exemplo anterior só que agora o culpado é o reto femoral e não o tensor da fáscia lata. É digno de nota que: A maioria das lesões musculares do quadríceps são limitadas ao reto femoral (o único multiarticular dos 4 músculos). A dor geralmente se localizará perto do ponto de inserção  do reto femoral no quadríceps, mais ou menos no ponto médio da coxa.

O psoas e o ilíaco, representam para a parte anterior do quadril o que o glúteo máximo representa para a parte posterior. Um glúteo máximo fraco causará uma dominância sinergística dos isquiotibiais e a extensão lombar compensando pela extensão do quadril. Isso levará à dor nas costas, dor anterior no quadril (este é outro ponto de Shirley Sahrmann: o uso dos isquiotibiais como extensores primários do quadril, muda o braço de alavanca do fêmur e pode causar dor na parte anterior da cápsula articular do quadril), e estiramentos dos isquiotibiais. No lado oposto, um psoas com problemas de ativação irá causar dor nas costas a partir da flexão ao invés da extensão (como o glúteo), estiramentos do tensor da fáscia lata e do reto femoral.

A chave para a prevenção de lesões e reabilitação, é um entendimento sólido de anatomia funcional. Precisamos parar de repetir os erros do passado e começar a perceber que ainda temos muito a aprender sob a perspectiva da anatomia e da biomecânica. Fico pasmo de ver o quão pouco de anatomia eu realmente sei quando olho um pouco mais fundo. Uma das melhores coisas que li nos últimos 3 anos é a declaração de Shirley Sahrmann: "quando um músculo é estirado, a primeira coisa a fazer é olhar para um sinergista fraco ou com falta de ativação".

Quando analisamos as lesões, as merdas não apenas acontecem, elas acontecem por uma razão que é governada pelas leis da física e pela anatomia funcional.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Disfunção sacroiliaca




Dor sacro ilíaca
    Os sintomas relatados pelos pacientes com disfunção sacro-ilíaca incluem dor unilateral sobre a articulação sacro-ilíaca e/ou nádega, com irradiação ocasional para o quadril e virilha; aumento da dor com posturas prolongadas; dificuldade de se levantar da posição sentada acompanhada de dor; dificuldade de subir escadas; alívio dos sintomas quando é aplicada uma pressão sobre o sacro e rigidez matinal que alivia após um curto período de suporte de peso (PORTERFIELD; DE ROSA, 1993).
    A doença pode ser bilateral, mas quando é unilateral, com maior freqüência afeta o lado direito. As patologias tais como discopatia, síndrome da faceta lombar, doença do quadril e síndrome miofacial, podem atribuir a dor a uma área da articulação sacro-ilíaca, estando sujeitas a um diagnóstico diferencial. Na presença de um quadro clínico de disfunção do sacro-ilíaco, uma discrepância verdadeira do membro reforça este diagnóstico (WALKER, 1992; ATLIHAN et al., 2000).
    O padrão de dor de uma articulação sacro-ilíaca foi determinado injetando contraste intra articular em voluntários saudáveis (ATLIHAN et al., 2000; BROWEN; CASSIDY, 1981; FORTIN et al., 1994). Com maior freqüência, a dor se localiza abaixo do território de L5 (estando a área mais específica a 10 cm caudalmente e 3 cm lateralmente em relação à espinha ilíaca posterior-superior, ou seja, a assim chamada área de Fortin) que se irradia para a nádega, coxa e virilha, acabando por se estender para a perna e,às vezes, por imitar a dor ciática (FORTIN; TOLCHIN, 1993; SLIPMAN et al., 2000).
Sacro-ilíaca e dor lombar
    Desde o início do século XX, os médicos acreditavam que a articulação sacro-ilíaca constituía a principal fonte de dor ciática, admitindo que, assim como esta, a lombalgia, era causada freqüentemente por quantidade de movimento anormal nas articulações pélvicas, sobretudo na articulação sacro-ilíaca (DEFRANÇA, 1996).
    Atualmente são inúmeros os autores que relacionam a dor lombar à disfunção na articulação sacro-ilíaca. Segundo Ricard e Sallé (2002), a pelve é uma das regiões mais importantes a ser tratada do ponto de vista osteopático, pois muitas das disfunções vertebrais têm como origem desequilíbrios na pelve. De acordo com Ribeiro (2003), a disfunção sacro-ilíaca é uma disfunção biomecânica desta articulação e poderia ser uma causa de lombalgia.
    Miltner & Lowendorf (1931) apud Molin (1996) afirmaram que a vértebra de transição lombosacra predispunha a entorses na região sacro-ilíaca.
    Maigne et al (1996), realizaram um estudo com 54 pacientes que apresentavam dor lombar unilateral cuja localização conferia com a área de dor referida da articulação sacro-ilíaca. Nestes, foi aplicado bloqueio anestésico na articulação sacro-ilíaca e 18,5% (10 pacientes) experimentaram alívio temporário dos sintomas, sugerindo que esta fosse a real fonte de dor.
Testes para articulação sacro-ilíaca
    Apesar de sua relevância as articulações sacro-ilíacas são pouco consideradas na avaliação clínica (MORAES; MARINI; LACOURT, 2004).
    Para avaliar clinicamente a articulação sacro-ilíaca, vários testes são utilizados. Os testes podem ser divididos em dois grupos: provocativos e de mobilidade (VAN DER WURFF; MEYNE; HAGMEIJER, 2000). Os testes provocativos são manobras que provocam tensão na articulação sacro-ilíaca e, conseqüentemente, provocam dor. Os testes de Patrick e Ganslen são exemplos bem conhecidos cuja descrição pode ser encontrada em praticamente todos os manuais de exame físico. Os testes de mobilidade se baseiam nas alterações de uma referência que podem surgir em movimentos padronizados (RIBEIRO; SCHMIDT; VAN DER WURFF, 2003).
    As evidências atuais mostram que a avaliação clínica é a melhor maneira de julgar a presença ou ausência de mobilidade nas articulações sacro-ilíacas e a sua relação com as queixas do paciente (LEE, 2001).
    Ao realizar avaliação objetiva das articulações sacro-ilíacas, o examinador procura sinais de assimetria à alteração da amplitude de movimento, diagnosticadas por meio de palpação óssea e testes clínicos específicos (GREENMAN, 2001).
  • Teste de flexão em pé (TFP) -> o paciente fica em pé com o peso do corpo distribuído igualmente nos dois membros inferiores. Com os polegares, o avaliador palpa a face inferior das espinhas ilíacas póstero superiores (EIPS). O paciente é instruído a flexionar o tronco para frente. A EIPS que se mover cranialmente em relação à EIPS contra-lateral indica o ilíaco que está em lesão (LEE, 2001).
  • Teste de Gillet -> paciente em pé, com o peso distribuído uniformemente nos dois membros inferiores. O terapeuta palpa a face inferior da EIPS com um polegar e, com o outro, a base do sacro diretamente paralela. O paciente é instruído a flexionar o quadril ipsilateral e, um deslocamento inferior e medial da EIPS em relação ao sacro é observado. Caso não ocorrer, indica lesão anterior ilíaca. Após, o paciente realiza a extensão do quadril ipsilateral e um deslocamento superior da EIPS em relação ao sacro deve ocorrer. Caso não ocorrer, indica lesão posterior ilíaca (LEE, 2001; VAN DER WURFF; MEYNE; HAGMEIJER, 2000).
  • Teste de Dowing -> em decúbito dorsal,é realizado para verificar se a lesão do ilíaco que fora observado no TFP é em anterioridade ou posterioridade. Com o membro inferior do lado correspondente a lesão deve ser realizada uma rotação externa forçada do quadril, posição que deve ser fixada por alguns segundos, acompanhada de abdução. Ao retornar a posição de extensão o membro deve estar mais longo que o membro contra-lateral, devido a uma rotação anterior do ílio (isto pode ser observado pelo alinhamento dos maléolos mediais do tornozelo, ou por traços previamente riscados sobre a pele do paciente). Caso isto não ocorra, é indicativo de um ilíaco preso em posterioridade. Para identificar um ilíaco preso em anterioridade, é realizada uma rotação interna do quadril forçada, posição que é mantida por alguns segundos. Quando o membro correspondente é posicionado em extensão, o mesmo deve encontrar-se mais curto, significando uma rotação posterior do ílio. O teste é considerado positivo para ilíaco em anterioridade quando isto não acontece (BIENFAIT, 2000; WALKER, 1992; VAN DER WURFF; MEYNE; HAGMEIJER, 2000).
  • Teste de flexão sentado: o paciente será posicionado sentado sobre um banco com os joelhos afastados e os pés bem apoiados no chão. Com os polegares, o avaliador palpará a curva inferior de cada EIPS. O paciente será instruído a curvar-se o máximo para frente com os braços entre os joelhos. A espinha ilíaca que mais se afastar na direção cefálica durante o movimento será considerada positiva, indicando restrição da mobilidade (GREENMAN, 2001).
  • Palpação das espinhas ilíacas antero superiores -> realizada em decúbito dorsal, somente o ílio do lado da lesão será avaliado em relação ao outro. Esta palpação identifica a existência de rotação anterior ou posterior de um dos ilíacos. Quando a espinha ilíaca está situada em uma posição mais caudal, significa um ílio anterior, quando se encontra mais cefálica, é porque existe um ílio posterior (BIENFAIT, 2000).
  • Palpação dos maléolos mediais: em decúbito dorsal. Tem como objetivo detectar discrepância no comprimento dos membros inferiores. Um membro mais comprido do lado da lesão, indica um ílio anterior. Um membro mais curto do lado afetado, indica um ílio em posterioridade (BIENFAIT, 2000).
  • Palpação da espinha ilíaca póstero superior (EIPS) -> realizado em decúbito ventral para identificar a anterioridade e posterioridade do ílio envolvido na lesão. Quando a EIPS do lado afetado encontra-se em uma posição cefálica é indicativo de um ilíaco anterior e, quando se encontra em posição caudal, indica ílio posterior (BIENFAIT, 2000).
    Cibulka e Koldehoff (1999) usaram uma combinação de testes de movimento e simetria para determinar se o paciente possuía disfunção na região sacro-ilíaca e demonstrou alta concordância para o método que eles desenvolveram. Eles determinaram que a disfunção na articulação sacro-ilíaca estava presente no paciente em que 3 dos 4 testes realizados fossem positivos: Teste de flexão em pé, teste de flexão do joelho em decúbito ventral, teste de Dowing e palpação da EIPS na posição sentada. Dois terapeutas avaliaram 26 pacientes com dor lombar inespecífica. A concordância interteste entre os terapeutas para determinar a presença de três testes positivos foi alta, concluindo que este conjunto de testes possui utilidade clínica para determinar quem tem e quem não tem disfunção sacro-ilíaca em pacientes com dor lombar. No entanto, a utilidade clínica destes testes não foi determinada para pacientes com dor originada do disco intervertebral. Outra limitação deste estudo foi que eles não determinaram o tipo de assimetria presente.
    Riddle e Freburger (2002) realizaram os mesmos quatro testes feitos por Cibulka e Koldehoff (1999), porém em um grupo maior de pacientes e maior número de avaliadores, observando a concordância e discordância entre terapeutas sobre o lado (direito e esquerdo) e o tipo (rotação anterior ou posterior do ilíaco) da disfunção. Foi considerada também a presença de disfunção sacro-ilíaca se três dos quatro testes realizados foram positivos.
Tratamento da disfunção sacro-ilíaca
    O tratamento da disfunção do sacro-ilíaco também é um assunto discutível. Os osteopatas, os quiropráticos e os terapeutas manuais advogam o uso da manipulação e mobilização, que podem ser associadas com medicação e fisioterapia (MCMORLAND; SUTER, 2000). A fisioterapia está focalizada em um programa de exercícios para corrigir desbalanço muscular. O glúteo máximo e o médio, e os rotadores externos do quadril devem ser fortalecidos. Os iliopsoas, reto femoral e jarretes são submetidos a alongamento. Usa-se manipulação e mobilização na tentativa de restaurar a mecânica da articulação. (RIBEIRO; SCHMIDT; VAN DER WURFF, 2003).


sábado, 20 de fevereiro de 2016

FALTA DE MOBILIDADE DE OMBRO LEVA A DOR LOMBAR

Este é um artigo do Mike Boyle publicado em seu site (www.strengthcoach.com) há alguns meses atrás em que ele faz uma correlação entre a falta de mobilidade de ombros e possíveis dores lombares. Vamos à ele. 

Falta de Mobilidade de Ombros leva à dores Lombares. 
Mike Boyle 

Eu tive outra epifania outro dia. Outro momento ah-ha. As vezes quando estas idéias surgem eu não consigo decidir se sou esperto ou estúpido. Sou eu esperto porque tive esse pensamento ou estúpido porque ele demorou tanto tempo? Um membro da minha equipe e eu estávamos falando sobre Deslizamentos na Parede (wall slides). Se você não conhece, Deslizamentos na Parede é um grande exercício da fisioterapia para desenvolver uma combinação de mobilidade de ombros e estabilidade escapular.

 Na verdade Deslizamentos na Parede é um dos meus exercícios de aquecimento/corretivos favorito. Conforme a discussão progredia, meu jovem treinador perguntou à respeito da tendência de nossos atletas arquearem suas costas para obterem uma posição de completa rotação externa dos ombros para realizarem este exercício. Surpreendentemente até este ponto eu realmente não tinha pensado na relação entre rotação externa e flexão do ombro com extensão lombar.

Neste momento eu subitamente percebi que a compensação para a falta de mobilidade dos ombros era na verdade extensão lombar. Esse pensamento trouxe a mobilidade de ombros à uma luz inteiramente nova para mim. Subitamente falta de mobilidade de ombros tornou-se o maior fator causal da dor lombar. Como eu posso ter perdido isso por tanto tempo? Se eu tento realizar um levantamento acima da cabeça e falta mobilidade de ombros o que eu faço? Eu estendo minha coluna lombar. (fig1) Se eu tento posicionar a barra para um agachamento e falta mobilidade de ombros, eu arqueio as minhas costas. Se eu tento colocar meus cotovelos para cima na pegada da barra de um agachamento frontal e falta mobilidade de ombros, o que eu faço? Assim como no deslizamento de ombros eu estendo minha coluna lombar.
extensão da lombar


Assim como nós percebemos que o quadril e a coluna estão ligados, também estão a coluna lombar e o ombro. Da próxima vez que você tiver um atleta com dores lombares não olhe apenas para mobilidade do quadril, olhe para a mobilidade dos ombros e a seleção de exercícios. Eu acho que isso pode ser o motivo de nós termos menos dores lombares quando nós fazemos agachamentos de base alternada com kettlebells ou dumbells ou quando nós fazemos levantamentos terra ao invés de agachamentos. A eliminação da rotação externa forçada naqueles indivíduos que tem falta dela, pode causar uma diminuição significativa dos sintomas nas costas. É impressionante o que você aprende quando você ouve e pensa.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Princípios da Osteopatia


1- A estrutura (ossos, músculos, órgãos, etc.) está inter-relacionada com a função do corpo. O sistema neuro-músculo-esquelético é regulador de todos os outros sistemas. Disfunções dos componentes somáticos podem não ser apenas uma manifestação de doença, mas um fator que contribui para a própria doença;
2- O corpo é uma unidade em movimento, está completamente interligado, e parte nenhuma funciona de forma independente (unidade corporal). Logo, o tratamento deve ser global;
3- O organismo tem a capacidade de se auto-regular e curar, uma vez que os obstáculos que promovem a doença são eliminados;
4- O sangue transporta todos os nutrientes necessários ao funcionamento saudável dos tecidos. Uma boa circulação vascular é essencial para o bom funcionamento do organismo (lei da artéria).
Para o tratamento com a Osteopatia, é necessária uma avaliação corporal completa (músculos, ossos, órgãos, vísceras e vasos). Nela, o fisioterapeuta osteopata identifica todas as alterações mecânicas do aparelho locomotor, essencialmente na pelve e na coluna vertebral, e realiza um restabelecimento da mobilidade adequada à região lesionada. Tudo é feito de forma manual, através de técnicas próprias da terapia, que devolvem ao organismo o seu equilíbrio natural. Com o reequilíbrio, o corpo pode exercer a sua capacidade de cura, eliminando a dor e o desconforto do paciente.
A Osteopatia é indicada para casos de dor ou incômodos em qualquer região corporal (da ponta do pé à cabeça), em desordens gástricas, intestinais, ginecológicas, de ATM, elementos anatômicos, entre outros casos. As algias vertebrais são o motivo mais frequente de consultas, tais como torcicolos, cervicalgias, dorsalgias, lombalgias agudas e crônicas, desequilíbrio da pelve, síndrome do piriforme (falsa ciática) e hérnias discais. E como o tratamento objetiva uma harmonia funcional do corpo, é bastante indicado também o tratamento preventivo através da terapia.
Os atletas de alto nível são grandes beneficiados pelo tratamento osteopático. Normalizar as funções corporais permite restaurar a harmonia e a eficácia dos gestos esportivos, prevenindo lesões e eliminando dores e incômodos. É comum em competições internacionais a atuação da Osteopatia em problemas como distensões musculares e bloqueios vertebrais, frequentes em esportes como tênis, futebol e artes marciais.
Qualquer pessoa pode ser beneficiada com a Osteopatia. De recém nascidos a idosos, todos podem ser beneficiados com a eliminação das disfunções e consequências delas, ou com o trabalho preventivo. A Osteopatia é uma teoria tão concreta que é encomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), reconhecida em todo o mundo, inclusive com escolas conceituadas na Inglaterra, um dos berços da Osteopatia. No Brasil, ela vem crescendo e tendo a cada dia mais adeptos. Muitos gênios da postura derivaram dessa terapia, considerada a mãe das terapias manuais.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

O método RPG

Com visão de que é necessário tratar a causa da patologia musculoesquelética e não apenas o sintoma, o Método Reeducação Postural Global (RPG) é mais uma abordagem da Fisioterapia que permite o tratamento definitivo de diversos problemas e dores que acometem os pacientes. A RPG se baseia no alongamento global dos músculos antigravitacionais (estáticos), que se organizam sob a forma de cadeias musculares de modo que, onde um músculo termina, o outro inicia, funcionando assim como um “empilhamento de blocos”. Então, se um desses blocos se desloca, os demais também deverão se mover, na tentativa de manter o corpo em equilíbrio.
O método surgiu na França, em meados da década de 80, e foi criado pelo fisioterapeuta francês Philippe-Emmanuel Souchard, que fundamentou o método baseado em seus profundos conhecimentos de anatomia, cinesiologia e biomecânica. O fato de ser um tratamento causal, e não sintomático, é um dos grandes diferenciais da RPG. “O Método se utiliza da queixa ou sintoma do paciente, para chegar à causa do problema, sempre seguindo aquela cadeia muscular que está em desvantagem com relação ao alongamento, e nunca permitindo as compensações musculares" .
O tratamento através da RPG é indicado nas diversas patologias do sistema musculoesquelético, tais como hérnia de disco, lombalgia e lombociatalgia, dores musculares e articulares, cefaleias tensionais, alterações posturais (escoliose, hiperlordose, hipercifose etc), pés planos e cavos, entre outras. Entre os benefícios, o bom alongamento global, melhora do padrão respiratório, melhora do tônus muscular de uma maneira geral e boa consciência corporal.
Não existe contraindicação para o método e pessoas de qualquer idade podem ser beneficiadas com as técnicas da RPG. Antes do início do tratamento, o paciente deve ser submetido a uma avaliação postural, onde serão observadas todas as alterações posturais e traçado o tratamento para aquela sessão, sendo este processo repetido a cada sessão.
A Reeducação Postural Global é baseada em quatro princípios básicos: alongamento, respiração, tração e consciência corporal. “Todo o trabalho se dá à base de terapia manual, onde são utilizadas seis posturas básicas de alongamento, cuja escolha de eleição se dá de acordo com as necessidades do paciente em cada sessão, de acordo com os dados da sua avaliação inicial”.
Cada sessão dura em torno de uma hora, sendo realizada inicialmente uma vez por semana. De acordo com a evolução do tratamento, a frequência passa a ser quinzenal, depois mensal e em seguida o paciente recebe alta. Porém, sempre com uma recomendação de prática de atividade física, para que o trabalho se mantenha. “A duração do tratamento não tem como ser calculada previamente, pois depende de diversos fatores, como patologia do paciente, idade, assiduidade ao tratamento e realização dos exercícios propostos para casa”.
Apenas fisioterapeutas estão aptos a realizar a formação e tratamento através do Método.  A RPG é bastante eficaz e beneficia muito o profissional que escolhe a especialização. “Por ser um método causal, conseguimos, na maioria das vezes, solucionar a causa do problema e debelar a dor, sendo este o nosso melhor “cartão de visitas”, 
Quatro Pilares básicos
O Método de Reeducação Postural Global é baseado nos seguintes princípios básicos:
Alongamento: difere do alongamento utilizado pela fisioterapia convencional, que se baseia no alongamento de músculos isoladamente. Na RPG, o paciente é trabalhado em posturas de alongamento isotônico excêntrico, que envolvem os músculos como um todo, uma vez que eles estão organizados sob a forma de cadeias musculares. Estas posturas são mantidas ao longo do tempo da sessão de tratamento, não sendo permitida nenhuma compensação muscular, daí o método ser também chamado de “Método do Campo Fechado”.
Respiração: todo o trabalho da RPG se faz em associação com a respiração, sendo todas as correções solicitadas durante a expiração, por ser esta de caráter passivo, não havendo, assim, o risco de ocorrer contração concêntrica dos músculos da estática durante as correções. A respiração utilizada na RPG consiste em uma inspiração nasal e uma expiração oral em “bocejo”, que pode se dar em três tempos:
– Tempo 1: caracteriza-se pela descida do peito, objetivando o alongamento da musculatura cervical e dos peitorais;
– Tempo 2: onde é solicitado o fechamento das costelas, que pode seu uni ou bilateral, funcionando, dentre outras coisas, para o trabalho da assimetria que ocorre na escoliose;
– Tempo 3: consiste na contração dos abdominais inferiores, objetivando o trabalho em casos de hiperlordose lombar e anteversão pélvica.
Tração: como os músculos da estática são antigravitacionais, estão trabalhando constantemente para nos manter de pé contra a gravidade e, por isso, têm um elevado grau de tensão muscular, o que costuma nos “achatar” ao longo do dia. Em virtude disso, é de fundamental importância a tração muscular, que na RPG funciona sob a forma de pompagens musculares manuais, tanto na região cervical como na região lombar.
Consciência Corporal: para que o paciente adquira consciência corporal da nova postura alcançada ao longo do tratamento, se faz necessário a repetição diária, em domicílio, das posturas trabalhadas durante a sessão de tratamento, até chegar ao ponto onde o paciente ficará na postura correta de maneira automática e inconsciente.
Posturas básicas
No tratamento com a Reeducação Postural Global (RPG), o trabalho é todo realizado de forma manual, com a utilização de quatro posturas básicas. São elas:
Rã no Chão: pode ser trabalhada tanto com os braços abertos, como com os braços fechados. Consiste em uma postura de decúbito, ideal em casos de dor, que serve para “abrir”, ou seja, para alongar todos os músculos da estática, que se encontram na parte da frente do corpo, chamada de cadeia anterior.
De Pé contra a parede: trata-se de uma postura com carga, ideal para tonificar a musculatura, sobretudo o psoas e o quadríceps, sendo também direcionada para alongamento da cadeia anterior.
De Pé no Meio: trata-se de uma postura de reequilíbrio, utilizada normalmente no final da sessão, sendo também de alongamento da cadeia anterior.
Rã no Ar: tanto pode ser trabalhada com os braços abertos, como com os braços fechados, ideal para casos de dor e que serve para “fechar”, ou seja, para alongar todos os músculos da estática, que se localizam na parte de trás do corpo, sendo chamada de cadeia posterior.
Postura Sentada: serve para trabalhar os “dorsos complicados”, ou seja, casos de hipercifose dorsal, escoliose etc, uma vez que o terapeuta tem a visualização de todo o dorso do paciente, destinando-se também ao alongamento da cadeia posterior.
Bailarina: trata-se de uma postura com carga, também de alongamento da cadeia posterior, sendo muito utilizada em casos de hérnia de disco lombar.







sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Avaliação do ciclista

ciclo da pedalada

         AVALIAÇÃO DO CICLISTA
         Ciclo da pedalada
      O ciclo da pedalada é dividido em duas fases: Fase de propulsão –de O°a 180° Fase de Recuperação –180°a 360° Além da divisão por fases, o ciclo da pedalada também pode ser dividida em quatro partes iguais ou quadrantes: No primeiro quadrante as forças são aplicadas para baixo e para frente, já no segundo quadrante, estas são aplicadas para baixo e para trás. No terceiro quadrante as forças são aplicadas para trás e para cima e no quarto quadrante são aplicadas para cima epara frente.
       
Aprendizado motor.
O movimento circular com aplicação de forças nos 360°, envolve um sincronismo de vários grupos musculares: Motores Primários, Motores Secundários, Estabilizadores...
Principais articulações*
COXOFEMORAL: A cabeça do fêmur articula-se com o acetábulo do osso ilíaco, a articulação do quadril é sinovial do tipo bola e soquete, demonstram alto grau de mobilidade. Possui três eixos e três graus de liberdade.
Movimentos permitidos pela articulação do quadril: Flexão/Extensão –Plano sagital
Abdução/adução –Plano frontal
Rotação lateral/ Rotação medial –Plano transverso
* Quando analisamos o movimento do ciclista na bicicleta, é possível perceber que as articulações do quadril e joelho são as que apresentam maior amplitudede movimento comparadaà articulaçãodo tornozelo.
Principais articulações
TIBIOFEMORAL: Essa articulação é classificada com sinovial dobradiça, é a maior e a mais complexa articulação do corpo. Possui dois graus de liberdade e dois eixos de movimento.
A articulação do joelho é formada por três fases articulares (duas tibiofemorais e a patela femoral).
Movimentos permitidos pela articulação do joelho: Flexão/Extensão –Plano sagital
Rotação Medial / Rotação Lateral –Plano Horizontal

 Fase de Propulsão 
O quadríceps começa a aplicar força sobre os joelhos, no sentido horizontal para frente a partir da posição 1 horas. 
1º quadrante: os glúteos passam a contribuir para o movimento na forma de um torque, simultaneamente direcionado para frente e para baixo.
2º quadrante: quando a alavanca do pedal está a frente e ultrapassa a linha horizontal os quadríceps deixam de participar do movimento (a partir da posição 4 horas) permitindo que um novo agrupamento muscular passe a aplicar forças sobre os pedais, um puxada para trás é realizada , os extensores da coxa (glúteo máximo, semitendinoso, semimembranoso e bíceps do fêmur ) aplicam uma força descendente - esse torque adicional é criado, pela contração dos flexores do joelho (grácil, poplíteo, semimembranoso e semitendinoso).
Fase de Transição
2º e 3º quadrante: Os flexores do joelho iniciam a puxada da alavanca do pedal para trás (entre as posições 4 e 7 horas)durante esse ponto em que é ativa a musculatura flexora do joelho os glúteos relaxam, pois a força descendente pede efeito quando os pedais atingem a posição entre 4 e 5 horas.
Fase de Recuperação
3º e 4º quadrante: Nessa fase a articulação do joelho atua apenas como dobradiça, pois a continuação do movimento é realizada por inércia até o ponto para aplicação de força, novamente pelos extensores da coxa. Quando contraído, realizando movimentos em círculos os músculos trabalham em coordenação com as alavancas do pedal, proporcionando força constante.
  Há três grupos musculares distintos envolvidos na correta mecânica da pedalada, o Quadríceps inicia o movimento na posição 1 horas; A altura da posição 1 hora os Glúteos passam a contribuir para o movimento; por volta da posição 3 horas a participação dos Quadríceps é finalizada; os flexores do joelho, então assumem o movimento e conduzem os pedais até a posição entorno de 7 ou 8 horas. A Medida que a musculatura posterior da coxa vai diminuindo sua atuação os Quadríceps começam a contrai-se novamente.